Acusado de sequestro, Jaime Vitório passou 14 anos no sistema prisional do Piauí. Ele poderia ter se tornado só mais um ex-presidiário, excluído da sociedade e vivendo no submundo do crime, mas usou todo esse tempo na cadeia para se profissionalizar e hoje é um empreendedor com dois salões de beleza abertos na zona Leste de Teresina. Aos 38 anos, o empresário conta que foi na cadeia que aprendeu quatro das profissões mais solicitadas atualmente: pintor, pedreiro, costureiro e cabeleireiro. Na penitenciária Major César, em Altos (onde passou a última etapa de sua pena) ele cortava o cabelo dos demais detentos e já começava a elaborar um plano de abertura do próprio negócio.
"Quando ganhei minha liberdade, passei por um período complicado. Encontrei muitas dificuldades, mas com coragem e persistência, hoje tenho cerca de 700 clientes certos", relata Jaime, acrescentando que sempre participou de todos os cursos que eram oferecidos nos presídios, "pois sonhava em ter meu próprio negócio e mudar de vida". Hoje Jaime tem um salão de beleza no Vale do Gavião e uma filial no Planalto Uruguai, mas pensa em abrir um terceiro ponto dentro de três meses.
Cursos profissionalizantes na cadeia
No ano passado, 114 detentos e detentas foram formados nos cursos de Construção Civil, Embelezamento e Corte e Costura. Uma nova turma do curso de Construção Civil foi aberta e está em curso na Penitenciária Regional Irmão Guido. Mais de 50 cursos profissionalizantes são realizados nos presídios.
Por CidadeVerde.com